No fim século 19 apareceram as
primeiras gravuras onde eram utilizadas as pernas como frame para enquadramento
de uma cena. Entre as pernas do mocinho ou as do bandido estava a cena principal
da chamada para o cinema, para o teatro e para o conteúdo, já depois, dos
quadrinhos e livros. Nos filmes do velho oeste, os duelistas estavam em
perspectiva a partir das pernas um do outro. Os heróis, ou tinham suas pernas
como enquadramento da ruína, do bandido ou apareciam em desvantagem sob o
enquadramento do algoz. Os cafajestes por sua vez cediam as pernas como frame
para mulheres humilhadas, caídas ao chão. O ângulo de visão a partir das pernas
aponta para o poder do personagem sobre a cena.
Foi um conceito muito popular de design
em cartazes. No entanto, a ideia continua existindo, os designers continuam
encantados com esta perspectiva de observação de uma cena e ainda recorrem à
proposta como inspiração. Atualmente se enquadram entre as pernas qualquer
produto, de musicais como Cry-Baby da Broadway a filmes como em 007 For your
eyes only (007 Somente para os seus olhos no Brasil), de revistas como a
Esquire a álbuns musicais como em Brazilian Girls.
A perspectiva das pernas é um conceito de design que virou arte e fez escola. Russell Crowe e Christian Bale, por exemplo, estão em 3:10 to Yuma de 2007 (Os Indomáveis no Brasil), um filme que traz um pôster à moda das velhas e inesquecíveis chamadas para os faroestes.
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